Soneto de Covardes

Encolhia naquela cadeira
Seus pesados ombros contorcia
Inclinado para porta saideira
Ardendo, no orgulho, ferida

Não aceitaria de qualquer maneira
Manter silêncio à revelia
Sentindo na língua uma coceira
Alegou jocosa alegoria

Transformou debate em trincheira
Mas no combate que entrevera
Resposta à altura não previa

E na sua defesa costumeira
Faz a esquivante covardia
De um escudo a brincadeira

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